Por: Ana Elisa Lins, Product Designer no CESAR
Esse artigo é um resumo do meu trabalho de conclusão do curso em Design de Interação para artefatos Digitais, pela CESAR School, posteriormente publicado no Web Based Communities and Social Media 2021, com o título “Design Thinking as an approach to foster Recife’s Creative Tourism”.
Um pouco de contexto
Por que eu decidi investigar o Turismo Criativo na minha cidade? Bom, tudo começou quando eu participei de um hackathon Startup Weekend Women e o grupo no qual me juntei ganhou a competição com uma solução para fomentar o turismo em Recife. No mesmo ano, a cidade ganhou o título internacional de “Cidade do Turismo Criativo”, embora quase ninguém aparentava saber disso. Foi nesse cenário que eu, como designer (e bairrista que sou), decidi me aprofundar no tema e me deparei com uma questão que guiou a minha pesquisa: “Como facilitar a conexão entre pessoas interessadas em experiências criativas na cidade e empreendedores que oferecem esses serviços na cidade do Recife?”
O que é Turismo Criativo, afinal?
Pesquisas sobre novas tendências de consumo apontam que os consumidores buscam produtos e serviços genuínos que lhes permitam expressar sua individualidade. Como reflexo desses anseios da sociedade pós-moderna surge o chamado Turismo Criativo. O conceito foi cunhado por Richards & Raymond (2000), que defendiam a ideia de que as pessoas hoje anseiam por uma interação mais profunda com a cultura do local que visitam, através de experiências participativas com a comunidade, manifestando as suas competências criativas e sentindo-se como um verdadeiro cidadão local.
Ou seja, não se limita à oferta de recursos tangíveis (museus, parques, etc), mas a promoção de atividades autênticas que possibilitam uma verdadeira conexão entre os que visitam com aqueles que residem no espaço, criando e mantendo a cultura viva. É uma nova geração de turismo, que converte os propósitos da viagem de onde e o quê para o como.
A essência do turismo criativo parece estar em atividades e experiências relacionadas com a autorrealização e autoexpressão através das quais os turistas se tornam cointérpretes e cocriadores à medida que desenvolvem as suas habilidades criativas.
Processo de design
O Design Thinking é uma abordagem centrada no ser humano, que vê na multidisciplinaridade e colaboração a possibilidade de geração de alternativas e soluções alinhadas com os interesses do negócio e do consumidor. O processo é estruturado em fases, e o foco deste trabalho é a primeira etapa, chamada de Imersão. Nesse momento se identifica o problema, analisando a questão sob pontos de vista distintos. Assim, formulamos hipóteses e coletamos dados para sintetizar e identificar padrões, que vão auxiliar na compreensão do problema e definição do escopo do projeto.