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CESAR .


2022-05-04T00:00:00

Pessoas


CESAR no Conarh – Podemos olhar para as pessoas?

Por Carla Alexandre

Foi a minha primeira vez num evento voltado para RH e confesso que ainda acho estranho quando falamos “recursos humanos”… tá, você até pode achar “normal” ser um recurso para alguma coisa, mas para mim soa estranho. Vou chamar então de “capital humano” – mais moderno e intelectual (risos). Mas, também confesso que “capital” me lembra negócios, “bufunfa” e não queria associar pessoas a isso. Perdoem-me este preâmbulo desnecessário, mas é que como educadora, essas “minúcias” chamam muito a minha atenção. Paremos de bobagem e falemos de gente!

O Conarh (Congresso Nacional de Recursos Humanos) é grandioso e aconteceu nos dias 18, 19 e 20 de abril no Expo Center em São Paulo, onde reuniu mais de 180 expositores e pela minha contagem (daquelas que estimam pessoas nas manifestações) umas 10 mil pessoas passaram por lá nos 3 dias. Todos muito animados com um evento presencial daquele porte (vacina, te amo) e foi normal o alvoroço que as primeiras horas de evento causaram, afinal estava todo mundo destreinado depois de dois anos trancafiados.

Logo na abertura, chamou-me a atenção a expressão resiliência corporativa – é bem por aí mesmo, o que as empresas (ou boa parte delas) fizeram nesses dois anos foi muito desafiador e transformador de suas culturas e isso só foi possível graças aos avanços tecnológicos e estes são desenvolvidos por e para pessoas, até porque não existe transformação digital sem a transformação das pessoas.

Eu estava ávida pelos momentos catalisadores da minha atenção e, ainda bem, foram muitos. Fiquei bem satisfeita ao ouvir um palestrante falar que a experiência de trabalho do colaborador é tão importante quanto a do cliente. E é mesmo, mas isso não pode ser só pauta do RH ou alguma meta relativa ao tão comentado EVP – employee value proposition – isso é assunto de todos que fazem parte da empresa, ou seja, assunto de gente!
 
Do que adianta o RH criar toda uma jornada para o colaborador se as pessoas, que trabalham com ele no dia a dia e constroem a cultura em conjunto, não virem valor? Ou simplesmente se cada novo colaborador dependesse da sorte de um líder bacana e antenado para fazer o seu onboarding? Precisamos olhar para isso de forma sistêmica, global.

Foram tantas as conexões que fiz entre tecnologia, pessoas, cognição e criatividade que fiquei me perguntando até quando vamos aceitar ser apenas ponto na produção? Mudei rapidamente de assunto, não foi? Mas era essa a sensação no Conarh 2022, muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo e o público necessitava de diversidade, até que o futuro caiu na minha cabeça e me mostrou que quanto mais tecnologia tivermos, mais tempo teremos para sermos humanos (em teoria, não é?!).

Para que isso vire realidade, seja no trabalho ou na vida pessoal (de novo vou falar sobre desenvolver um olhar sistêmico) é necessário ter clareza de propósito, ser autêntico e acima de tudo ser a mudança que se quer ver.

Desenvolver uma cultura de aprendizagem para uma liderança às vezes pode ser mais fácil do que mudar uma cultura já existente. Aprender envolve diretamente o aprendiz e não existe aprendizagem neutra, ela só acontece mediante intenção e significado, e como ganhar isso?  

Meu olhar no Conarh estava totalmente direcionado à Educação Corporativa, inclusive, o CESAR criou um guia completo sobre como usá-la como uma aliada contra os desafios de atração, desenvolvimento e retenção de colaboradores. 

E eu queria descobrir o que o mercado estava ofertando sobre o tema para além de conteúdos. Como desenvolver uma liderança atenta para a criação de espaços de aprendizagem? Que tecnologias me auxiliam no alívio do comando e controle? Como ajudar colaboradores a reconhecerem valor no lugar em que se aprende?

Para nenhuma dessas perguntas a resposta é simples, mas para resumir para você, leitor, diria que precisamos pilotar menos e prototipar mais; precisamos criar espaços para que as pessoas possam fazer o mais pujante para si, sair do controle para a cultura e por fim, entender que mudar e crescer é um dos principais indicadores de sucesso e aprendizagem.
 
Precisamos criar futuros sem sermos ludistas – só porque falamos de gente – e precisamos também de uma subversão criativa para sairmos do escopo de treinamentos e capacitações quando olhamos para a aprendizagem contínua de colaboradores. 

Precisamos falar em desenvolvimento e formação para além do business (nada contra, até gosto), pouco se planeja (não vi em nenhuma fala de educação corporativa coisas como experiência de aprendizagem, design instrucional ou algo do tipo) e pouco se inova (produção de conteúdo em sua maioria é a transposição de ppts em vídeos no padrão scorm) e nisso a Conarh não me surpreendeu, mas me deu a oportunidade de ver que estamos, no CESAR, trilhando um caminho potente, de necessidades legítimas e com estratégias que buscam ousadia, pluralidade e inovação.

O CESAR oferece programas de educação corporativa inovadores que contribuem para o desenvolvimento de habilidades e talentos em diversas empresas. Quer entender como levar essas iniciativas para a sua organização? Clique para falar com um consultor.

Créditos da imagem de capa: Conarh