logo
EN
HomeConteúdosInsightsTecnologia

5 min para ler


CESAR .


2022-09-06T00:00:00

Tecnologia


Explorando o metaverso: características e tecnologias que o habilitam

Por Guilherme Moika, Consultor de Engenharia de Software do CESAR

Há pouco menos de um ano, o termo “metaverso” conquistou o mundo. A corrida para entender do que se trata e como surfar na onda havia começado e junto a isso novas oportunidades apareceram. Muita coisa nova surgiu e muito do que já existia apenas trocou de título para entrar no novo mundo do(s) metaverso(s). E ficamos hoje ainda com diversas perguntas: “O que define um metaverso? Como implementar? Já temos um metaverso?” Vamos passar por cada uma delas, na tentativa de desmistificar o que há por trás do mmetaverso.

Metaverso é uma evolução na interação homem-máquina com a criação de um universo paralelo – e concorrente ao mundo real. São ambientes virtuais que se integram e incrementam as experiências do usuário, sejam elas reais, aumentadas (mistas) ou virtuais, se tornando uma experiência perene ao mundo real (MENEZES, 2021). 

Com essa definição de metaverso, ainda ficamos muito no nível de conceito e teoria. Para discutirmos sobre o que há por trás do metaverso, vamos passar por algumas das características que o definem:

Experiência hiperconectada

Imagine um mundo onde já é possível implantar chips no cérebro humano. Adicione também nesse chip uma forma de se conectar ao corpo humano e enviar comandos para movimentar membros, por exemplo. Para fechar o cenário, coloque agora uma interface que possibilite realizar atualizações no chip. Temos então uma porta de entrada para atualizações benignas ou malignas (sim, infelizmente) e que caracterizam uma experiência hiperconectada, onde uma ação no universo digital tem uma consequência direta no ambiente real, e abre margens para que o universo real e o digital sejam intimamente conectados. 

O que nos leva a compreender que o metaverso:

É figital

Um espaço figital é o ambiente onde as dimensões reais (representando o “físico”) são impulsionadas pelo digital. Neste tópico já vemos uma movimentação natural da evolução em se utilizar mais do digital para auxiliar o universo físico. Um grande exemplo disso é visto nas lojas Amazon Go (O QUE… [202-]) na qual os clientes podem entrar, se “servir” do que gostariam de comprar e pagar na saída de formas digitais, por meio do escaneamento da palma, cartão, etc., sem precisar checar os itens que está levando, pois a própria loja se certifica de monitorá-los e fazer a cobrança.

Experiências como essa devem ocorrer com maior frequência, ao ponto que o figital passa a ser algo natural, saindo da ideia do digital apenas impulsionar o físico, e entendendo que ambos compõem um mesmo ambiente, que depende do físico e do digital.

Utiliza da tecnologia como impulsionadora

Um entendimento – equivocado – bastante comum é de termos sempre a necessidade de utilização de realidade virtual ou aumentada quando falamos de metaverso, através de aparelhos como óculos de realidade virtual, por exemplo. 

É importante destacar o uso da tecnologia como impulsionadora, pelo fato de que o metaverso faz uso dela como meio para permitir novas formas de interação com o digital, e isso não se limita a interações visuais através de dispositivos de realidade virtual ou aumentada.

Então, é natural se concluir que, para o metaverso ser alcançável, deve se usar de diversas tecnologias habilitadoras, como IoT (Internet of Things – Internet das Coisas), conexão de baixa latência (5G), hardware de simulação de feedback (tátil sendo um deles, mas podemos ir além e pensar no futuro explorando os demais sentidos do ser humano), Inteligência artificial e análise de dados, entre outras.

Precisa ser escalável

Ter um ambiente que consiga suportar tecnicamente as características anteriores, que são apenas algumas das características do metaverso – é um desafio por si só e, já que estamos falando de criar um universo figital com capacidade de expandir as sensações e interações da humanidade e das máquinas utilizando da tecnologia,  devemos então nos perguntar como essa tecnologia pode ser abordada para hospedar toda essa estrutura.

Criar uma rede centralizada e concentrada para manter uma “simples” aplicação global é, de certa forma, perigoso e não recomendado. Não só temos a distância entre os nós da rede (usuário e servidor) com impactos na latência, como ficamos reféns de estruturas não escaláveis e pouco confiáveis, onde qualquer interrupção no serviço ocasiona uma parada total – e global – do sistema em questão.

Um serviço é escalável quando tem a capacidade de se manter operacional à medida que o perfil de uso é alterado, permitindo um aumento na quantidade de usuários e tarefas executadas para atender uma demanda de escala maior. 

Tal característica deve ter uma presença constante no metaverso, uma vez que estamos abordando um conceito que irá interagir em tempo real com qualquer usuário em uma rede existente no metaverso e, também, permitir interconectividade global entre as funcionalidades.

A partir das características exploradas e a definição que conhecemos de Metaverso voltamos à última das perguntas iniciais: já temos hoje um metaverso?

E a resposta é rápida, porém não é simples: não exatamente. O que vemos hoje são experiências aumentadas assistidas por tecnologias digitais, sejam elas nas suas diversas formas e inúmeros casos de uso (jogos, simulações, lojas virtuais, entre outros), além de uma busca globalizada por novos dispositivos que permitam uma maior imersão no virtual e abram portas para novas forma de interação nas experiências virtuais.

Para andarmos na direção de termos a esperança do metaverso existir ainda vamos buscar por novas experiências aumentadas e interoperáveis, criando uma rede de possibilidades que tragam sentido conectar o real ao virtual para, aí sim, em algum ponto no tempo estarmos com maior entendimento do que queremos “resolver” com o uso do metaverso.

REFERÊNCIAS 

– O QUE é o Amazon Go e como funciona? [202-]. Disponível em: https://justaskthales.com/br/o-que-e-o-amazon-go-e-como-funciona/. Acesso em: 04 ago. 2022.

– MENEZES, Guilherme. Crypto ID entrevista Guilherme Menezes do CESAR, para falar sobre o metaverso e o futuro das interações. 2021. Disponível em: https://cryptoid.com.br/seguranca-da-informacao-identidade-digital/crypto-id-entrevista-guilherme-menezes-do-cesar-para-falar-sobre-o-metaverso-e-o-futuro-das-interacoes/. Acesso em: 10 ago. 2022.
 


metaverso